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Senti necessidade de me expressar de outra forma que não através da música e da fotografia, antigas paixões. E foi uma surpresa quando vi que a matéria-prima com que trabalho há tanto tempo, a linguagem, poderia me dar a tábua de salvação expressiva de que eu tanto precisava e que tem me ajudado muito nos meus melhores e piores momentos, a poesia.

Vou listar aqui algumas dessas minhas tentativas de escrever poemas, cronologicamente. Todos os textos são de minha autoria. Mas como até meu romantismo é extremo, você não encontrará aqui poemas românticos nem melosos. São mais humanistas e existenciais, e como tudo ligado à existência, podem, eventualmente, demonstrar algum peso e pessimismo. Não tenho pretensão outra a não ser expressar minhas dores, loucuras, alegrias, dúvidas, angústias, revoltas e outros sentimentos que moram em mim.

Claudia Pinelli Baraúna Rêgo Fernandes®

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"Se eu ler algo e ele fizer meu corpo inteiro gelar, de uma forma que não haja fogo que possa me aquecer, eu sei que se trata de Poesia."



Emily Dickinson

sexta-feira, 29 de junho de 2007

Viagem Marcada

Para você, criatura noturna
um amante da noite, solitário
de paixão extrema, soturna

Indico a rota da noite, do luar
dedico o abrigo das sombras,
o apoio de um olhar similar

Oferto o alívio em meus braços
ofereço o calor do meu sangue,
Cedo meu coração em pedaços

Abro a porta de minha alma
mostro um precioso segredo
deixo-o penetrar com calma

Divido toda a minha energia
para que possa se recuperar
do tempo e da vilã melancolia

E aqui está você, saído do inferno
voando com suas próprias asas
em direção ao descanso eterno.



Claudia Fernandes



29 de junho de 2007

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