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Senti necessidade de me expressar de outra forma que não através da música e da fotografia, antigas paixões. E foi uma surpresa quando vi que a matéria-prima com que trabalho há tanto tempo, a linguagem, poderia me dar a tábua de salvação expressiva de que eu tanto precisava e que tem me ajudado muito nos meus melhores e piores momentos, a poesia.

Vou listar aqui algumas dessas minhas tentativas de escrever poemas, cronologicamente. Todos os textos são de minha autoria. Mas como até meu romantismo é extremo, você não encontrará aqui poemas românticos nem melosos. São mais humanistas e existenciais, e como tudo ligado à existência, podem, eventualmente, demonstrar algum peso e pessimismo. Não tenho pretensão outra a não ser expressar minhas dores, loucuras, alegrias, dúvidas, angústias, revoltas e outros sentimentos que moram em mim.

Claudia Pinelli Baraúna Rêgo Fernandes®

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"Se eu ler algo e ele fizer meu corpo inteiro gelar, de uma forma que não haja fogo que possa me aquecer, eu sei que se trata de Poesia."



Emily Dickinson

sábado, 1 de novembro de 2014

Bomba-relógio

Ela guarda dentro da sua alma
Uma bomba-relógio
Armada, pronta
Mas sem hora marcada para explodir.


Pressa para quê?
O pior terror se faz aos poucos, lentamente.
E ela parece que sabe bem disso.
Não precisa do terror externo nem voraz.
Ela já é uma metódica terrorista de si mesma.



Claudia Pinelli Fernandes.



01 de novembro de 2014.

domingo, 19 de outubro de 2014

Fim

A vida é uma interminável sequência de dormir e acordar.
Até que, um dia, isso termina.
Fim.



Claudia Pinelli Fernandes.


19 de outubro de 20154.

domingo, 12 de outubro de 2014

Eu

Eu não quero ser pior do que você.
Eu não quero ser igual a você.
Eu não quero nem mesmo ser melhor do que você.

Eu só quero ser eu, exatamente como eu sou.

E isso já me basta.



Claudia Pinelli Fernandes.




10 de outubro de 2014.

segunda-feira, 10 de março de 2014

Processo quadrimensional

O corpo minguado
Vai perdendo o vigor e viço de outrora
O espírito vegetando
Não voa mais livremente pelo sonho
A mente vagando
Perde o foco e desconhece dia, mês e hora
A alma perdida
Sente imensa saudade de um coração risonho.


Claudia Pinelli Fernandes.



09 de março de 2014.

sexta-feira, 7 de março de 2014

Realidade ideal

Vou ali sonhar
com uma realidade ideal,
depois volto
para a idealização da realidade.


Claudia Pinelli Fernandes.



07 de março de 2014.

Teatro humano

Lutando para acordar
da agradável realidade do sonho
e procurando
a personagem
e o figurino adequados
para enfrentar
o roteiro surreal do cotidiano.


Claudia Pinelli Fernandes.


07 de março de 2014.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Adio. Adiós.

Durmo para adiar
Adiar o hoje
O amanhã
Adiar até o que direi no divã

Durmo para sonhar
Com algo
Em algum lugar
Que faça de mim
Alguém especial
Ou quem sabe,
Um calmo querubim

Querubins são lindos
Com suas vestes angelicais
Não precisam dormir
Não fogem dessa forma assaz

Ou talvez um bebê
Dormindo em seu berço
Sem ter satisfação a dar
Sem livros, sem terço
Ou algo no qual se apegar

Como um bebê
Não preciso pensar
Não preciso ouvir
Nem sequer falar

Durmo para não ser
E não sou um querubim
Muito menos um bebê
Durmo para enfim
Adiar o inadiável
O grande desafio de viver.




Claudia Pinelli Fernandes.




10 de fevereiro de 2014.

A Triste Partida

Música linda!
Poesia fabulosa!
Mas que retrata
uma época dolorosa
para todo nordestino,
que por contingência ou destino,
tenha vivenciado ou não
essa triste situação!


Claudia Pinelli Fernandes.




Salve, Patativa do Assaré!

E como já dizia esse mestre:

"Nordestino sim, Nordestinado não."






10 de fevereiro de 2014.

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Ordem e Progresso

Em um poste

primeiro, amarra-se um ladrão,

depois um doente,

depois um gay,

depois uma mulher,

depois um gordo,

depois um ateu,

depois você,

e depois eu.



Não necessariamente nessa ordem.



Claudia Pinelli Fernandes.





9 de fevereiro de 2014.

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Sem volta

Costumava caminhar por uma campina verdejante
Só eu, as vaquinhas, as árvores e o vento
As árvores eram tão altas que nem dava para ver suas copas
Estava quase sozinha, se não fossem eles e meu pensamento

O capim suavemente tocava minhas pernas
Sentia arrepios percorrendo minha alma
Um mau pressentimento me dominou
Respirei fundo para manter a calma

Olhei para o céu e vi nuvens negras se formando
A chuva logo apareceria para refrescar
Desabou em mim, abundante e fria
E entre meus lábios sedentos satisfez meu paladar

Continuo incansável essa caminhada
Mas já não vejo vacas, árvores, vento nem verde
A chuva já não cai, só o calor está presente
Nada mais de bom que consiga matar a minha sede



Claudia Fernandes.






31 de janeiro de 2014.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Fugitiva

Turbilhões reviram minha mente
Para tentar encontrar não sei o quê
Fujo de mim
Me escondo bem longe
Quem sabe assim esqueço de ser

Mas não consigo esquecer de ser
Ninguém deixa de ser o que é
Pode até tentar fingir ser outro alguém
Mas, no fim, volta para si, pé ante pé

Essa roda viva vai acabar me matando
Perco o foco, fico tonta só de pensar
Respiro fundo para não cair no chão
Ou talvez o chão seria o melhor lugar?

Não, o chão não é o lugar ideal para estar
Transforma toda minha perspectiva
Aparentemente só existe uma vantagem
Fico fora do alcance dos olhares e assim me sinto mais viva

Mas se já estiver no chão, vou tomar um belo impulso
Ele certamente me trará para cima
Como estarei quando voltar, não sei
Mas quem sabe essa viagem não me anima?



Claudia Fernandes.




30 de janeiro de 2014.

Extremos

Ou se é sempre
triste, triste, triste
Ou se é sempre
alegre, alegre, alegre

Ou a depressão, a lágrima e a nostalgia
Ou a ilusão, o sorriso, a falsa alegria

Tudo muito,
muito sempre
sempre fake,
fake em alto grau

Um mergulha nas profundezas do abismal
O outro vai à tona do superficial

Por que não
apenas o real
o meio termo
ou o médio astral?

Afinal
Isso é um enterro?
Ou um carnaval?




Claudia Fernandes.




30 de janeiro de 2014.

Cansei



Cansei de política
Cansei de opiniões
Cansei de gente
E suas eternas explicações

Cansei de dormir
Cansei de acordar
E tudo que nesse intervalo
Sem minha permissão insiste em estar

Cansei de falar
Cansei de ouvir
Cansei de correr
E de ficar inerte aqui

Cansei de sins
Cansei de nãos
De precisar sempre
Agir com as próprias mãos.

Cansei de você
Cansei de mim
Cansei do início
Cansei do fim.



Claudia Fernandes.




30 de janeiro de 2014.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Live your truth,
and let me live
mine...




Claudia Fernandes.





17 de janeiro de 2014.

Ebulição mental

No meu caso, 
quando a mente fervilha
e o tempo abunda, 
os dedos padecem... 




Claudia Fernandes.






Em 17 de janeiro de 2014.

Na vida, é preciso que se prevaleça o equilíbrio.



Nem eu, nem você.
Nós.
Nem o todo, nem o nada.
O meio.
Nem o bonito, nem o feio.
O agradável.

Nem branco, nem preto.
Café com leite.
Nem alto, nem baixo.
Médio.
Nem euforia, nem tédio.
A paz.

Nem muito, nem pouco.
Mais ou menos.
Nem longe, nem perto.
No meio do caminho.
Nem em grupo, nem sozinho.
Bem acompanhado.

Nem água, nem fogo.
O vento.
Nem céu, nem inferno.
A Terra.
Nem muita paz, nem muita guerra.
A vida.





Claudia Fernandes.




Em 17 de janeiro de 2014.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

A vida é algo mágico e inexplicável

Um dia você está viva,
falando, sorrindo, chorando
No outro, está morta, muda
Sem entender a razão

E sentindo essa vida,
de repente,
se esvaindo, escoando, sem controle,
por sua mão.




Claudia Fernandes.




Em 14 de janeiro de 2014.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Sua alma, seu lar


Tem dias em que seria uma bênção poder não falar.
Poder ficar quieta, num cantinho escuro
apenas com uma companhia:
o velho e bom lar.

Nestes dias, sua casa fica fechada.
Não está aberta à visitação.
Seu jardim está meio seco,
sem verde nem floração.

Um vazio existencial preenche essa casa
Uma pitada de desânimo,
um pouco de desalento
Como se alguém, de repente, cortasse sua asa.

É um pesadelo para quem se considera livre
Perceber que agora não pode voar
Que passou a ser uma mera prisioneira
Mas o que fazer se sua alma é o seu lar?

Por sorte, esses dias sombrios costumam durar pouco.
Logo o sol aparece, a vida desabrocha
E essa alma, já com a asa colada
Volta mais uma vez, guerreira, para esse mundo louco.




Claudia Pinelli  Fernandes.




Em 08 de janeiro de 2014.

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