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Senti necessidade de me expressar de outra forma que não através da música e da fotografia, antigas paixões. E foi uma surpresa quando vi que a matéria-prima com que trabalho há tanto tempo, a linguagem, poderia me dar a tábua de salvação expressiva de que eu tanto precisava e que tem me ajudado muito nos meus melhores e piores momentos, a poesia.

Vou listar aqui algumas dessas minhas tentativas de escrever poemas, cronologicamente. Todos os textos são de minha autoria. Mas como até meu romantismo é extremo, você não encontrará aqui poemas românticos nem melosos. São mais humanistas e existenciais, e como tudo ligado à existência, podem, eventualmente, demonstrar algum peso e pessimismo. Não tenho pretensão outra a não ser expressar minhas dores, loucuras, alegrias, dúvidas, angústias, revoltas e outros sentimentos que moram em mim.

Claudia Pinelli Baraúna Rêgo Fernandes®

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"Se eu ler algo e ele fizer meu corpo inteiro gelar, de uma forma que não haja fogo que possa me aquecer, eu sei que se trata de Poesia."



Emily Dickinson

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Adio. Adiós.

Durmo para adiar
Adiar o hoje
O amanhã
Adiar até o que direi no divã

Durmo para sonhar
Com algo
Em algum lugar
Que faça de mim
Alguém especial
Ou quem sabe,
Um calmo querubim

Querubins são lindos
Com suas vestes angelicais
Não precisam dormir
Não fogem dessa forma assaz

Ou talvez um bebê
Dormindo em seu berço
Sem ter satisfação a dar
Sem livros, sem terço
Ou algo no qual se apegar

Como um bebê
Não preciso pensar
Não preciso ouvir
Nem sequer falar

Durmo para não ser
E não sou um querubim
Muito menos um bebê
Durmo para enfim
Adiar o inadiável
O grande desafio de viver.




Claudia Pinelli Fernandes.




10 de fevereiro de 2014.

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