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Senti necessidade de me expressar de outra forma que não através da música e da fotografia, antigas paixões. E foi uma surpresa quando vi que a matéria-prima com que trabalho há tanto tempo, a linguagem, poderia me dar a tábua de salvação expressiva de que eu tanto precisava e que tem me ajudado muito nos meus melhores e piores momentos, a poesia.

Vou listar aqui algumas dessas minhas tentativas de escrever poemas, cronologicamente. Todos os textos são de minha autoria. Mas como até meu romantismo é extremo, você não encontrará aqui poemas românticos nem melosos. São mais humanistas e existenciais, e como tudo ligado à existência, podem, eventualmente, demonstrar algum peso e pessimismo. Não tenho pretensão outra a não ser expressar minhas dores, loucuras, alegrias, dúvidas, angústias, revoltas e outros sentimentos que moram em mim.

Claudia Pinelli Baraúna Rêgo Fernandes®

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"Se eu ler algo e ele fizer meu corpo inteiro gelar, de uma forma que não haja fogo que possa me aquecer, eu sei que se trata de Poesia."



Emily Dickinson

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Lapis Philosophorum

Nem um pouco de paixão, nem um tanto de instinto
nem mesmo a doce loucura faz mal a ninguém
perder a cabeça é imprescindível e eu sinto
lindos cupidos felizes e dizendo amém!

Entregue-se aos encantos de uma ardente paixão
e à nobre e pulsante insensatez dos amantes
assim, tentando evitar a castradora razão
liberte-se daquelas algemas de antes.



Claudia Fernandes



29 de novembro de 2007

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Mantenha distância

Será que a distância de quem se gosta
realmente nos traz tanto sofrimento?
Será que não passa nem pelo pensamento
e será tão difícil a simples crença
de que a ausência pode proporcionar
bem mais serenidade que a presença?


Perguntas sempre permeiam a mente
vagas, com uma feição meio criptográfica
respostas por sua vez, e só para contrariar,
costumam ser raras, geralmente simplistas
assim, coloquemos a mente para funcionar,
e esqueçamos essa dialética topográfica
já que talvez a distância seja o melhor lugar
para se estar quando precisamos ser egoístas.



Claudia Fernandes




22 de novembro de 2007

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Aluga-se um sorriso!

Atualmente,
quando sobre os Homens me pego a pensar,
quase sempre percebo em mim
uma sensação que de positiva não tem nada
e que ainda hoje consegue me preocupar.


E como é rara a situação
em que me sinto impelida de verdade a rir,
tive uma idéia de alugar um sorriso,
terceirizar uma boa risada
enfim, parar de mentir.


E então, você, caro amigo,
poderia me fazer um pequeno grande favor?
Você, para ajudar uma alma triste,
poderia sorrir no meu lugar,
e assim confundir riso e dor?



Claudia Fernandes




12 de novembro de 2007.

Abstrato.

O abstrato é o que nem sempre está à vista.
O abstrato é o que quase nunca se propaga através do som.
O abstrato prefere se apresentar inodoro.
O abstrato não se permite deliciar com o paladar.
O abstrato nunca se molda ao tato.
O abstrato não se aprisiona a critérios, a padrões, a regras e dogmas.
O abstrato só existe em outro plano, em outra dimensão.
O abstrato cresce na capacidade de criar.
O abstrato está onde está sua imaginação.
O abstrato tem o poder de libertar.
O abstrato sobrevive porque vive em você um coração.



Claudia Fernandes



12 de novembro de 2007.

Oceano de pétalas...

Observo aqui um caudaloso oceano de pétalas
pétalas belas mas todas idênticas, pelo caminho
então, a forte luz do sol incide em sua formosura
tira-lhes sua máscara, devolve-lhes seu espinho
grita-lhes que essa não é forma de beleza que dura


Destarte, uma pétala não tão igual pára, reflete
cutuca, corajosamente, sua mais profunda chaga
traz à tona um velho, esquecido e oculto tormento
atônita percebe que essa doce ilusão é uma praga
e que o tempo tem grandes semelhanças com o vento.



Claudia Fernandes



14 de novembro de 2007.

Feliz desaniversário!

Na vida, nós somos ao mesmo tempo,
adultos e crianças.

Em alguns momentos, somos maduros, fortes,
vigorosos, belos..
Em outros, inocentes, fracos,
frágeis, singelos.

Na vida, percorremos um caminho a cada dia,
e todo dia diferente.
Você nunca estará onde estava antes,
basta apenas dar um passo a frente.




Claudia Fernandes




12 de novembro de 2007.

Hortênsias

Hortênsias
que belas flores
de cor azul ou rosa
enchem de êxtase os amores
com sua forma sensível e mimosa

Hortências
a pura singeleza
fragilidade sem par
o que aumenta sua beleza
sendo impossível desviar o olhar.


Claudia Fernandes




1 de novembro de 2007.

sábado, 10 de novembro de 2007

Além das eternidades...

Há pouco tempo atrás te conheci
olhei teu rosto, teus olhos castanhos
mas raios que emanavam direto da tua alma
já não me pareciam em nada estranhos

Negava que a novidade se limitava
a um plano carnal, material e terreno
porque algo mais sagrado e que transcendia
mostrava-se claramente antigo e pleno

Naquele dia, ao invadir a tua alma
vi em minha mente misteriosas cenas
percorreu-me uma estranha e louca sensação
e não era como reencontrar alguém apenas

Mas poderia isso me acontecer
se então nunca havia visto o seu rosto
como eu podia sempre prever o que você diria
se nunca antes pude conhecer o seu gosto

A conexão pode parecer surreal
e assustar os pobres incautos como eu
além de não ter como explicar sem soar insano
um fenômeno como esse para alguém ateu

Na época em que ocorreu o fato
para mim foi um susto e uma surpresa
hoje após experiências variadas e canais abertos
consigo enxergar nisso tudo sua rara beleza.


Claudia Fernandes



10 de novembro de 2007

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Essas dores...

Algo em minha cabeça, hoje, estranhamente dói
devagar, de uma forma assaz diferente
assim, uma estranha dor desconstrói
toda aquela crescente paz aparente

Essa tal indesejada dor ri, caçoa, zomba, tripudia
me invade gloriosa, sem pedir permissão
não está interessada se é noite ou dia
somente se já havia alguma escuridão

Como a dor se mostra conscientemente malvada!
parece que ficará até quando for divertido
criou em minha alma uma triste toada
que soava desafinada ao meu ouvido

Mas finalmente, seu reinado cruel por um fio está
acabei de pedir pelo telefone a minha arma
espero um tempo o mensageiro chamar
engoli várias pílulas e segui meu carma

Adeus dor infame, faça uma viagem e desapareça
sua presença se faz altamente dispensável
quero que meu ser de você se esqueça
e que a sua distância seja irretratável

A dor passou e um sentimento de paz me penetra
mas arrepiei inteiramente da cabeça à raiz
Hã... Esta passagem está em meu nome!
Como, se essa viagem era sua, infeliz!

Foi quando percebi que o destino estava a ironizar
aquilo bolado para ela, veio direto para mim
e em vez dessa dor enfim me abandonar
eu que iria de mala e cuia para o fim.



Claudia Fernandes



1 de novembro de 2007

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