Costumava caminhar por uma campina verdejante
Só eu, as vaquinhas, as árvores e o vento
As árvores eram tão altas que nem dava para ver suas copas
Estava quase sozinha, se não fossem eles e meu pensamento
O capim suavemente tocava minhas pernas
Sentia arrepios percorrendo minha alma
Um mau pressentimento me dominou
Respirei fundo para manter a calma
Olhei para o céu e vi nuvens negras se formando
A chuva logo apareceria para refrescar
Desabou em mim, abundante e fria
E entre meus lábios sedentos satisfez meu paladar
Continuo incansável essa caminhada
Mas já não vejo vacas, árvores, vento nem verde
A chuva já não cai, só o calor está presente
Nada mais de bom que consiga matar a minha sede
Claudia Fernandes.
31 de janeiro de 2014.