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Senti necessidade de me expressar de outra forma que não através da música e da fotografia, antigas paixões. E foi uma surpresa quando vi que a matéria-prima com que trabalho há tanto tempo, a linguagem, poderia me dar a tábua de salvação expressiva de que eu tanto precisava e que tem me ajudado muito nos meus melhores e piores momentos, a poesia.

Vou listar aqui algumas dessas minhas tentativas de escrever poemas, cronologicamente. Todos os textos são de minha autoria. Mas como até meu romantismo é extremo, você não encontrará aqui poemas românticos nem melosos. São mais humanistas e existenciais, e como tudo ligado à existência, podem, eventualmente, demonstrar algum peso e pessimismo. Não tenho pretensão outra a não ser expressar minhas dores, loucuras, alegrias, dúvidas, angústias, revoltas e outros sentimentos que moram em mim.

Claudia Pinelli Baraúna Rêgo Fernandes®

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"Se eu ler algo e ele fizer meu corpo inteiro gelar, de uma forma que não haja fogo que possa me aquecer, eu sei que se trata de Poesia."



Emily Dickinson

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Verdade perdida

Para amenizar a indignação
procurou por uma flor
Para acalmar a frustração
mentalizou aquela cor

Para provar o mau momento
Não havia um ser original
Para acabar o ar de desalento
o fim de tudo que é artificial

O segredo nessa ausência penosa
É estabelecer certos padrões gerais
é ver o cacto como uma linda rosa
e olhar as flores como sendo reais

Flores bonitas e vivas estão em falta
mas cactos e flores falsas têm de sobra
a escassez aos olhos dos atentos salta
e a busca pela verdade perdida recobra.


Claudia Fernandes



20 de junho de 2007

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