Sou uma dessas criaturas da noite
não gosto de sol, não gosto de luz
o claro do dia me parece um açoite
o escuro da noite me toma, me seduz.
Sou incompreendido por ser diferente
Por ser de uma forma dita "anormal"
Mas se acho a oposta nada atraente
por que então eu deveria ser igual?
Não procuro o outro satisfazer
Nem tento à maioria me igualar
Só posso assumir meu jeito de ser
Só devo a minha expectativa agradar
De manhã, procuro me esconder
dentro de casa, dentro de mim
como um casulo a me proteger
do brilho e da claridade sem fim.
À noite, sinto uma paz verdadeira
e sei que então sairei sem receio
a escuridão é minha fiel companheira
os caminhos obscuros, meu único meio.
Claudia Fernandes
8 de junho de 2007