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Senti necessidade de me expressar de outra forma que não através da música e da fotografia, antigas paixões. E foi uma surpresa quando vi que a matéria-prima com que trabalho há tanto tempo, a linguagem, poderia me dar a tábua de salvação expressiva de que eu tanto precisava e que tem me ajudado muito nos meus melhores e piores momentos, a poesia.

Vou listar aqui algumas dessas minhas tentativas de escrever poemas, cronologicamente. Todos os textos são de minha autoria. Mas como até meu romantismo é extremo, você não encontrará aqui poemas românticos nem melosos. São mais humanistas e existenciais, e como tudo ligado à existência, podem, eventualmente, demonstrar algum peso e pessimismo. Não tenho pretensão outra a não ser expressar minhas dores, loucuras, alegrias, dúvidas, angústias, revoltas e outros sentimentos que moram em mim.

Claudia Pinelli Baraúna Rêgo Fernandes®

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"Se eu ler algo e ele fizer meu corpo inteiro gelar, de uma forma que não haja fogo que possa me aquecer, eu sei que se trata de Poesia."



Emily Dickinson

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Criatura da noite

Sou uma dessas criaturas da noite
não gosto de sol, não gosto de luz
o claro do dia me parece um açoite
o escuro da noite me toma, me seduz.

Sou incompreendido por ser diferente
Por ser de uma forma dita "anormal"
Mas se acho a oposta nada atraente
por que então eu deveria ser igual?

Não procuro o outro satisfazer
Nem tento à maioria me igualar
Só posso assumir meu jeito de ser
Só devo a minha expectativa agradar

De manhã, procuro me esconder
dentro de casa, dentro de mim
como um casulo a me proteger
do brilho e da claridade sem fim.

À noite, sinto uma paz verdadeira
e sei que então sairei sem receio
a escuridão é minha fiel companheira
os caminhos obscuros, meu único meio.


Claudia Fernandes



8 de junho de 2007

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