Não pinte um quadro de mim
pelo que eu possa parecer
Erro absoluto
O passado deixou marcas
que tento não transparecer
Falso impoluto
Quando olha para mim
chega a conclusões infecundas
Ação precipitada
Pois tem um olhar superficial
para coisas altamente profundas
Angústia velada
No seu parco julgamento
apenas considera o que tenho
Avaliação vazia
Esquece de perceber a verdade
por não ter o mínimo empenho
Triste apatia
Dessa forma, não consegue ver
que bens materiais não valem nada
Obscura demência
E crê que a real essência
parece meio confusa e embaçada
Pobre impotência
Coisas aparentes ao meu redor
não podem representar o que sou
Leviana confusão
Olhe bem mais no fundo
perceba os sinais que lhe dou
Clara intervenção
Minha alma tem cicatrizes
que ainda permanecem abertas
Perigosa lealdade
Sou muito mais do que tenho
e tento fazer as poses certas
Inquieta insanidade
Claudia Fernandes
10 de junho de 2007