Tempo...
Palavra de ambíguas definições,
de incompletas adjetivações,
de infinito significado.
O Tempo adora brincar de forma dualista,
está sempre presente,
e desaparece de repente, sem deixar pista.
O Tempo é um hábil mestre do disfarce,
sabe ser impiedoso,
mas sabe solucionar um difícil impasse.
O Tempo é algo tão real, vivo, patente,
e ao mesmo tempo,
tão relativo, efêmero, volátil, reticente.
O Tempo às vezes anda calmo, displicente,
dando à vida
a aparência de eterna, lenta, indolente.
O Tempo também pode passar bem veloz,
fazer você dormir jovem,
e acordar velho, arrependido ou sem voz.
O Tempo pode refletir o claro, belo, quente,
e dessa forma,
transmitir uma idéia de alegria e vida latente.
O Tempo ainda pode se mostrar escuro e frio,
e assim,
influenciar num clima deprimente e sombrio.
O Tempo pode ser seu mais fiel companheiro
quando aos 15 anos,
você espera ter 18, e assim ser um beijoqueiro.
O Tempo, por outro lado, pode ser implacável,
quando aos 80 anos,
você se olha no espelho e percebe o inexorável.
O Tempo é assim, incomparável
e dependendo do momento,
pode ser odiado ou bem quisto.
Ele é naturalmente indefinível
e misteriosamente presente
sem nunca ao menos ser visto.
Claudia Fernandes
19 de junho de 2007