Chegou até a janela e gritou alto
Um breve apelo à morte
Analisou como poderia ser o salto
Desistiu, precisava de sorte
Sentou naquele sofá rasgado e sujo
Olhou triste para o teto
Recordou de quando era um marujo
Acabou todo aquele afeto
Começou a doer onde era a sua perna
Lembrou de antes da guerra
Era um indivíduo, uma imagem paterna
Hoje, apenas sonhos por terra
Chorou por saber que lutou inutilmente
Mais um herói frustrado
Em uma guerra feita para destruir gente
Outro assassino legalizado
Claudia Fernandes
8 de junho de 2007