O ventilador, no teto, só chiava
Como se gritando, para que ela ouvisse
A garota que na cama definhava
Absorta, inerte, como se não existisse
O ventilador notou sua incompetência
Seus gritos de nada adiantavam
Ele queria diminuir a dor a e a carência
Que pouco a pouco só aumentavam
Mesmo com toda sua disposição
A garota não conseguiu vencer
Continuou imersa na depressão
Triste, apática, querendo morrer
Coitado daquele amistoso protetor
Depois disso, não mais se recuperou
Gira fraquinho, problemas de motor
E sua antes vigorosa voz, silenciou.
Claudia Fernandes
8 de junho de 2007