Caminhando pelo cemitério daquela cidade
Um túmulo suntuoso me chamou a atenção
Na lápide, foram talhados o nome e a idade
Além de palavras que tocaram meu coração
E se converteram em uma estranha verdade
Aquele epitáfio era majestoso e dizia em Latim:
Escreva sempre a sua história em um rascunho
Nunca redija-a de maneira definitiva no marfim
O segredo é esboçar rabiscos de próprio punho
Assim, ficará sempre livre para modificar o fim
Isso ocorreu há muito tempo, era só um menino
Marcou para sempre minha mente, minha alma
Hoje já sou um velho senhor, persigo meu destino
Mudei meu fim várias vezes com virtude e calma
Porém já não quero mais perseguir essa mudança
Cansei-me de sempre mudar alguma coisa errada
Agora o que desejo mesmo é escapar da cobrança
E assistir ao final da minha vida de arquibancada.
Claudia Fernandes
13 de junho de 2007