Não acredito em tudo o que eu ouço
Tampouco valorizo tudo o que vejo
A mentira seduz pelos dois ouvidos
A ilusão, pelos olhos cegos de desejo
Abro os olhos para auscultar a farsa
Limpo os ouvidos para ver a intenção
Desconfio, a priori, de tudo e de todos
Pois sempre haverá o risco da traição
Não deixo meus ouvidos e meus olhos
Serem escravos de supostas verdades
Liberto-os das garras do convencional
Mostro-lhes o universo das identidades
Aguço meus sentidos para a dúvida
Sendo a dúvida deveras saudável
Já aquela verdade alheia e imposta
Além de traiçoeira é questionável.
Claudia Fernandes
1 de julho de 2007