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Senti necessidade de me expressar de outra forma que não através da música e da fotografia, antigas paixões. E foi uma surpresa quando vi que a matéria-prima com que trabalho há tanto tempo, a linguagem, poderia me dar a tábua de salvação expressiva de que eu tanto precisava e que tem me ajudado muito nos meus melhores e piores momentos, a poesia.

Vou listar aqui algumas dessas minhas tentativas de escrever poemas, cronologicamente. Todos os textos são de minha autoria. Mas como até meu romantismo é extremo, você não encontrará aqui poemas românticos nem melosos. São mais humanistas e existenciais, e como tudo ligado à existência, podem, eventualmente, demonstrar algum peso e pessimismo. Não tenho pretensão outra a não ser expressar minhas dores, loucuras, alegrias, dúvidas, angústias, revoltas e outros sentimentos que moram em mim.

Claudia Pinelli Baraúna Rêgo Fernandes®

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"Se eu ler algo e ele fizer meu corpo inteiro gelar, de uma forma que não haja fogo que possa me aquecer, eu sei que se trata de Poesia."



Emily Dickinson

domingo, 1 de julho de 2007

Sempre alerta!

Não acredito em tudo o que eu ouço
Tampouco valorizo tudo o que vejo
A mentira seduz pelos dois ouvidos
A ilusão, pelos olhos cegos de desejo

Abro os olhos para auscultar a farsa
Limpo os ouvidos para ver a intenção
Desconfio, a priori, de tudo e de todos
Pois sempre haverá o risco da traição

Não deixo meus ouvidos e meus olhos
Serem escravos de supostas verdades
Liberto-os das garras do convencional
Mostro-lhes o universo das identidades

Aguço meus sentidos para a dúvida
Sendo a dúvida deveras saudável
Já aquela verdade alheia e imposta
Além de traiçoeira é questionável.


Claudia Fernandes




1 de julho de 2007

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