quinta-feira, 31 de maio de 2007
Um anjo
Um anjo apareceu de repente
Quando estava perdida
Aparentemente só
Ajudou-me a levantar
Com sua mão
Não com dó
Mas com delicada vontade de ajudar.
E assim o fez
Lembrou-me do passado
De histórias boas
Suavemente
E de um tempo que não volta mais
Que ficou para trás
Irreversivelmente.
Porém me mostrou
Com seu jeito angelical
Que o presente tem seu charme, sua razão
E que eu tentasse enxergá-lo
Não de uma forma banal
Mas com os olhos de quem vê a luz na escuridão.
E tudo isso o anjo conseguiu
Exatamente em algumas horas
Mudanças internas, tênues sim
Mas firmes e realmente eficazes
E antes mesmo de chegar a aurora
Deixou um rastro de alegria em mim.
E de repente, da mesma forma que chegou
Bateu as asas e voou
Durante alguns dias
Bem longe de mim ficou
Deixou um vazio assim
Meio triste, meio frágil
Meio com jeito de fim.
Anjo que veio do passado
Esteja sempre no presente
Trazendo força em certa dosagem
Para uma alma perdida e carente
De fé, paixão, paz e coragem
E que mesmo com dor assaz
Mantém-se na batalha
De pé, com esperança, ainda que fugaz.
Claudia Fernandes
12 de junho de 2006