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Senti necessidade de me expressar de outra forma que não através da música e da fotografia, antigas paixões. E foi uma surpresa quando vi que a matéria-prima com que trabalho há tanto tempo, a linguagem, poderia me dar a tábua de salvação expressiva de que eu tanto precisava e que tem me ajudado muito nos meus melhores e piores momentos, a poesia.

Vou listar aqui algumas dessas minhas tentativas de escrever poemas, cronologicamente. Todos os textos são de minha autoria. Mas como até meu romantismo é extremo, você não encontrará aqui poemas românticos nem melosos. São mais humanistas e existenciais, e como tudo ligado à existência, podem, eventualmente, demonstrar algum peso e pessimismo. Não tenho pretensão outra a não ser expressar minhas dores, loucuras, alegrias, dúvidas, angústias, revoltas e outros sentimentos que moram em mim.

Claudia Pinelli Baraúna Rêgo Fernandes®

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"Se eu ler algo e ele fizer meu corpo inteiro gelar, de uma forma que não haja fogo que possa me aquecer, eu sei que se trata de Poesia."



Emily Dickinson

quinta-feira, 31 de maio de 2007

Sombra

Sombra minha, indiferente
Pensas que me dominas
Teimas em me acompanhar
E só por estar sempre lá
Arvoras-te o poder de me reinventar

Sombra, muitas vezes insolente
Acreditas ser uma versão de "mim"
Tentas reproduzir a minha imagem
Porém, não percebes a incongruência
De seres o que nem eu tenho coragem

Sombra, acordes agora
Não preciso mais de tua companhia
Está na hora de seguir teu caminho
Desejo que ao contrário do meu
O teu seja quase sem espinho

Sombra, podes ir embora
Aceites, não me farás falta alguma
Tua sombria presença me incomoda
E o peso da minha própria existência
Já põe no meu pescoço uma mui pesada corda.



Claudia Fernandes


30 de maio de 2007

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