Sombra minha, indiferente
Pensas que me dominas
Teimas em me acompanhar
E só por estar sempre lá
Arvoras-te o poder de me reinventar
Sombra, muitas vezes insolente
Acreditas ser uma versão de "mim"
Tentas reproduzir a minha imagem
Porém, não percebes a incongruência
De seres o que nem eu tenho coragem
Sombra, acordes agora
Não preciso mais de tua companhia
Está na hora de seguir teu caminho
Desejo que ao contrário do meu
O teu seja quase sem espinho
Sombra, podes ir embora
Aceites, não me farás falta alguma
Tua sombria presença me incomoda
E o peso da minha própria existência
Já põe no meu pescoço uma mui pesada corda.
Claudia Fernandes
30 de maio de 2007