Sou uma pessoa essencialmente contemplativa.
Vivo pensando, refletindo, enxergando além...
Procurando desculpas para justificar rodeios
Às vezes isso me faz bem,
outras nem tanto.
E um tema que é sempre recorrente em meus devaneios
(espero eu que seja só por enquanto)
é a natural, mas temerosa velhice.
Essa entidade que insiste em me intrigar e me amedrontar,
mas que, sem cerimônia, ali na frente, parece despontar
subliminarmente, discretamente, sem a menor pieguice.
Depois de uma sequência de elucubrações febris
consequência talvez, creio eu, de rara epifania
cheguei a uma conclusão que serviu de terapia
ou mesmo de consolo para meu medo infeliz
A velhice não me apavora pelas rugas que ela traz
nem pela inegável proximidade com a morte
o que me leva a um estado de melancolia voraz
é ter a consciência de que cada dia vivido com lucidez
paradoxalmente, faz diminuir, em quantidade
as chances de experimentar algo novo pela primeira vez.
Claudia Fernandes
7 de agosto de 2007
terça-feira, 7 de agosto de 2007
Medo do mesmo
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