Ele passeava distraído pela rua
registrando o mundo através de um filtro frio
com a alma triste e nua
ia cabisbaixo e até melancólico
só conseguia captar tudo cinza e vazio
e nada em sua vida parecia tão belo ou bucólico
Logo quando virou aquela esquina
testemunhou uma vistosa flor vermelha brotar
bem ali, bela e pequenina
e de repente, como num chiste
percebeu que, para quem aprendeu a enxergar,
até no mais puro preto ou branco, alguma cor (r)existe.
Claudia Fernandes
22 de agosto de 2007