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Senti necessidade de me expressar de outra forma que não através da música e da fotografia, antigas paixões. E foi uma surpresa quando vi que a matéria-prima com que trabalho há tanto tempo, a linguagem, poderia me dar a tábua de salvação expressiva de que eu tanto precisava e que tem me ajudado muito nos meus melhores e piores momentos, a poesia.

Vou listar aqui algumas dessas minhas tentativas de escrever poemas, cronologicamente. Todos os textos são de minha autoria. Mas como até meu romantismo é extremo, você não encontrará aqui poemas românticos nem melosos. São mais humanistas e existenciais, e como tudo ligado à existência, podem, eventualmente, demonstrar algum peso e pessimismo. Não tenho pretensão outra a não ser expressar minhas dores, loucuras, alegrias, dúvidas, angústias, revoltas e outros sentimentos que moram em mim.

Claudia Pinelli Baraúna Rêgo Fernandes®

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"Se eu ler algo e ele fizer meu corpo inteiro gelar, de uma forma que não haja fogo que possa me aquecer, eu sei que se trata de Poesia."



Emily Dickinson

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Abstrato.

O abstrato é o que nem sempre está à vista.
O abstrato é o que quase nunca se propaga através do som.
O abstrato prefere se apresentar inodoro.
O abstrato não se permite deliciar com o paladar.
O abstrato nunca se molda ao tato.
O abstrato não se aprisiona a critérios, a padrões, a regras e dogmas.
O abstrato só existe em outro plano, em outra dimensão.
O abstrato cresce na capacidade de criar.
O abstrato está onde está sua imaginação.
O abstrato tem o poder de libertar.
O abstrato sobrevive porque vive em você um coração.



Claudia Fernandes



12 de novembro de 2007.

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