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Senti necessidade de me expressar de outra forma que não através da música e da fotografia, antigas paixões. E foi uma surpresa quando vi que a matéria-prima com que trabalho há tanto tempo, a linguagem, poderia me dar a tábua de salvação expressiva de que eu tanto precisava e que tem me ajudado muito nos meus melhores e piores momentos, a poesia.

Vou listar aqui algumas dessas minhas tentativas de escrever poemas, cronologicamente. Todos os textos são de minha autoria. Mas como até meu romantismo é extremo, você não encontrará aqui poemas românticos nem melosos. São mais humanistas e existenciais, e como tudo ligado à existência, podem, eventualmente, demonstrar algum peso e pessimismo. Não tenho pretensão outra a não ser expressar minhas dores, loucuras, alegrias, dúvidas, angústias, revoltas e outros sentimentos que moram em mim.

Claudia Pinelli Baraúna Rêgo Fernandes®

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"Se eu ler algo e ele fizer meu corpo inteiro gelar, de uma forma que não haja fogo que possa me aquecer, eu sei que se trata de Poesia."



Emily Dickinson

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Eu e o Sol...

Ei, vocês todos estão errados
por que afinal acreditam que não vejo o sol?
só porque adoro a noite e acordo mais tarde
não significa que desconheça o rubro arrebol

É verdade que prefiro a noite
e o contato com a luz sempre me desagrada
mas soa como um grande equívoco acharem
que com o sol estou definitivamente brigada

Nossos encontros acontecem
numa ocasião quase sempre por todos preterida
os outros escolhem em vê-lo cansado, morrendo
eu opto por contemplá-lo quando de sua nascida

Minha relação com esse Deus
só se dá quando a maioria de vocês já descansa
e enquanto rolam entre travesseiros e cobertores
um sol ouro-rubro-róseo renova minha esperança



Claudia Fernandes



18 de outubro de 2007

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