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Senti necessidade de me expressar de outra forma que não através da música e da fotografia, antigas paixões. E foi uma surpresa quando vi que a matéria-prima com que trabalho há tanto tempo, a linguagem, poderia me dar a tábua de salvação expressiva de que eu tanto precisava e que tem me ajudado muito nos meus melhores e piores momentos, a poesia.

Vou listar aqui algumas dessas minhas tentativas de escrever poemas, cronologicamente. Todos os textos são de minha autoria. Mas como até meu romantismo é extremo, você não encontrará aqui poemas românticos nem melosos. São mais humanistas e existenciais, e como tudo ligado à existência, podem, eventualmente, demonstrar algum peso e pessimismo. Não tenho pretensão outra a não ser expressar minhas dores, loucuras, alegrias, dúvidas, angústias, revoltas e outros sentimentos que moram em mim.

Claudia Pinelli Baraúna Rêgo Fernandes®

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"Se eu ler algo e ele fizer meu corpo inteiro gelar, de uma forma que não haja fogo que possa me aquecer, eu sei que se trata de Poesia."



Emily Dickinson

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Aquarelas em flor

Estou sentindo certas coisas
coisas um tanto estranhas
assaz difíceis de confirmar
mas eu vejo, tenho certeza
capto, pressinto, percebo
tanto a feiúra quanto a beleza

Ainda não saberia sustentar
com exatidão o que ocorre
arrepios percorrem a pele
cheiros excitam meu nariz
frio e calor ora se revezam
numa viagem louca mas feliz.

Entretanto, um fato inusitado
traz consigo prós e contras
é contra : quando te julgam
e pensam que você é idiota
e a favor: se você puder ver
uma bela vitória numa derrota

Portanto, a você que me julgar
devo esclarecer o seguinte
enquanto perde seu tempo
com meu pseudo despudor
uso essa loucura viva e real
e assim vejo aquarelas em flor.


Claudia Fernandes




19 de setembro de 2007

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