Quanto sofrimento
um ser humano
é capaz de aguentar
depois de bem nascer
com loucura amar
intensamente viver
e com belas fadas aprender a sonhar?
Quanta angústia
por um ser humano
pode ser suportada
se a alma ainda viva
está aprisionada
de forma definitiva
numa moradia destruída e despedaçada?
Quanta esperança
um ser humano
é capaz de conservar
mesmo quando a vida
insiste em lhe abandonar
apontando como saída
a pior e mais difícil decisão a se tomar?
Quantas indagações
assim como estas
um ser humano aflito
poderá enfim responder
sem que surja novo atrito
que então faça crescer
a luta do corpo doente e do livre espírito?
Claudia Fernandes
20 de setembro de 2007