Que barulho estranho é esse em meu ouvido?
Parece um entediante canto gregoriano
Ou o som que vem de uma concha do mar
Será um canal aberto para o outro plano?
Ou será a loucura a me tomar?
Parece um entediante canto gregoriano
Ou o som que vem de uma concha do mar
Será um canal aberto para o outro plano?
Ou será a loucura a me tomar?
Por que não para um pouco, caro zumbido?
O seu soar ininterrupto me tortura
Não estou com a menor condição de suportar
Algo que ajude a maximizar a minha amargura
O que tenho que fazer, me matar?
O seu soar ininterrupto me tortura
Não estou com a menor condição de suportar
Algo que ajude a maximizar a minha amargura
O que tenho que fazer, me matar?
Não, não responda!
Afinal, você não pode me ouvir
Já que não cessa um segundo de retumbar
Mas um momento final há de vir
Em que deixarei de lhe escutar.
Afinal, você não pode me ouvir
Já que não cessa um segundo de retumbar
Mas um momento final há de vir
Em que deixarei de lhe escutar.
Um dia hei de conseguir
Calar esse som impossível de aguentar
Presa num hospício ou num túmulo, não importa
Estarei pronta e livre para voar
De alguma forma: louca ou morta.
Calar esse som impossível de aguentar
Presa num hospício ou num túmulo, não importa
Estarei pronta e livre para voar
De alguma forma: louca ou morta.
Claudia Pinelli Fernandes.
Em 10 de janeiro de 2016.